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Chegando aos 40...


1972 foi um excelente ano para o cinema. Grandes clássicos de hoje foram lançados (foi difícil escolher somente 5 para comentar). Em termos de popularidade nenhum atingiu o sucesso de O Poderoso Chefão, que criou sua própria mitologia. Até hoje, jovens com metade da "idade" do filme tornam-se seus novos fãs.

Coppola dirigindo a famosa cena do casamento
O PODEROSO CHEFÃO (The Godfather).
Coppola não foi a primeira escolha do estúdio para dirigir o filme, por considerá-lo - um diretor relativamente jovem - uma aposta arriscada para uma superprodução. O sucesso do filme, além de salvar a Paramount da falência, representou a 4ª maior audiência, em número de espectadores, de toda a história do cinema. Marlon Brando, depois de alguns anos meio esquecido, voltou com força total no filme, ganhando seu segundo Oscar. Robert Duvall, , Al Pacino, James Caan e Diane Keaton tiveram com o filme o início de promissoras carreiras. É engraçado analisar hoje, 40 anos depois de seu lançamento, que à época o filme foi muito criticado pelo seu "excesso" de violência. A trilha sonora, composta pelo colaborador de Fellini, Nino Rota tornou-se uma das mais conhecidas e populares de todos os tempos e algumas frases de diálogos do filme entraram para o imaginário coletivo. O filme teve 2 continuações, com tramas suplementares que não constam do livro, escritas pelo próprio Mario Puzo, autor do livro. 
Curiosidade: A história de O Poderoso Chefão foi primeiramente um roteiro escrito por Puzo, mas que os estúdios num primeiro momento recusaram por achar que filmes sobre gângsters estavam fora de moda. Com o sucesso do livro - que adaptava seu próprio roteiro - o autor conseguiu vender os direitos de filmagem, além da exigência de colaborar na adaptação para as telas.


Liv Ullmann e Erland Josephson em cena do filme
GRITOS E SUSSURROS (Viskingar och Rop/Cries and Whispers). Quando de seu lançamento foi saudado não apenas como um dos mais importantes filmes já produzidos, mas como uma das melhores obras de arte do século XX. Além dos temas que sempre estão presentes em seus filmes - como a "ausência" de Deus, a passagem inexorável do tempo e a dificuldade do homem em lidar com seus sentimentos e o esmagador peso da consciência da própria morte - o diretor chegou ao ápice de seu domínio da arte do cinema, com brilhante utilização da cor e direção de arte para ajudar a criar a atmosfera perfeita para a história. A deslumbrante fotografia de Sven Nykvist ganhou o Oscar, além do filme ter conseguido mais 5 indicações, incluindo melhor filme. Gritos e Sussurros não é certamente um filme para você ver comendo pipoca, mas se você der uma chance à sua proposta e se deixar levar por este drama intenso, não terá sido apenas mais um filme que você assistiu, mas uma experiência única e inesquecível - uma catarse completa - além de presenciar um dos mais impressionantes conjuntos de interpretações em um único filme (Liv Ullmann, Harriet Andersson e Ingrid Thulin estão totalmente entregues em suas interpretações, não parecendo estar representando, mas vivendo através de suas personagens).


Liza Minelli dá vida a Sally Bowles, em Cabaret
CABARET. O filme musical já tinha sido quase decretado como morto, quando Bob Fosse revolucionou o gênero com este filme, isolando os números musicais da trama, ou seja, nada de atores saindo cantando e dançando pela rua, com músicas cujas letras são praticamente diálogos. Em Cabaret, os atores só dançam e cantam "no Cabaret" do título. A caprichada produção, os inesquecíveis números musicais e as inspiradas performances de Joel Grey (como o mestre-de-cerimônias) e Liza Minelli - ambos vencedores do Oscar - garantem a qualidade do único musical realmente importante lançado na década de ´70. Mesmo quem torce o nariz pra filme musical tem muita chance de gostar desse.
Curiosidade: desacreditado pelos produtores de Hollywood, que chegaram a perguntar: "quem quer ver um musical com nazistas ?", o filme foi um grande sucesso de público e crítica, superando O Poderoso Chefão no número de Oscars - 8, no total.


Marlon Brando e Maria Schneider
O ÚLTIMO TANGO EM PARIS (Ultimo Tango a Parigi/Last Tango in Paris). Precursor do erotismo na chamado cinema de arte. Marlon Brando e Maria Schneider são a presença dominante do filme, em sua maior parte nús, o que fez o grande público encarar o filme como pornográfico. O filme pode ter envelhecido na sua ousadia sexual, mas isso não aconteceu com a extraordinária trilha sonora composta pelo argentino Gato Barbieri, cuja música-título é com certeza um dos temas musicais mais populares de todos os tempos.
CuriosidadeFicou proibido no Brasil, na época da ditadura militar, por aproximadamente 7 anos. Nessa época, alguns brasileiros iam ao Uruguai assisti-lo tamanha a curiosidade despertada pela propaganda que anunciava quentes cenas de sexo nunca vistas antes no cinema.


O "machão" Burt Reynolds e o tímido Ronny Cox
AMARGO PESADELO (Deliverance). John Boorman fez fimes tão diferentes entre si (Excalibur, Duelo no Pacífico, Em Minha Terra), mas todos marcados pelo embate entre o homem e as forças da natureza. Em Amargo Pesadelo, um banal programa de pescaria entre amigos se transforma perturbadoramente em uma história de violência, em que o diretor praticamente defende a tese sobre a natureza selvagem presente em cada um de nós. O filme ainda é bastante moderno e impactante, e fez muito sucesso na época, chegando a ser indicado a 4 Oscars, incluindo melhor filme. Sua cena mais famosa é a de um duelo de banjo, no ínicio do filme, entre Ronny Cox e um menino cego. Além de Cox, o elenco tem John Voight, Burt Reynolds e Ned Beatty num filme onde só há personagens masculinos.
Curiosidade: o rio Cahulawaseee do filme na verdade não existe com esse nome, as filmagens foram feitas no rio Chatooga, na Carolina do Norte-EUA.


Outros clássicos que completam 40 anos:


               
                        AGUIRRE, A CÓLERA
                     DOS DEUSES
                    (de Werner Herzog)
O DISCRETO CHARME
DA BURGUESIA
(de Luis Buñuel)

Clássicos 50 Anos Depois

            Box em Blu-ray comemorativo aos 50 anos do filme

     Este ano vários filmes famosos completam 50 anos de idade. Como acontece com os vinhos, muitos filmes (se não azedarem com o tempo) se tornam ainda melhores a cada ano que passa. 

Omar Sharif e Peter O´Toole em cena do filme
LAWRENCE DA ARÁBIA (Lawrence of Arabia). Este foi "o" filme de 1962, o mais visto, mais premiado e mais comentado filme daquele ano. Lawrence tem uma qualidade que é ao mesmo tempo uma espécie de limitação para sua apreciação hoje em dia: foi feito para ser assistido em toda sua grandiosidade na tela grande do cinema - muito de seu impacto se perde na telinha da TV. Na verdade, os cinemas o exibiam no formato 70mm (o dobro do formato 35mm conhecido de todos). Fortemente influenciado por John Ford, o diretor David Lean abusa dos planos abertos, mostrando a pequenez (em ambos os sentidos, no caso) e a fragilidade do homem frente à majestade da natureza - ainda mais em se tratando do deserto do Saara. Na década de ´80 descobriu-se que as cópias originais do filme estavam quase definitivamente perdidas. O esforço conjunto de admiradores famosos - Spielberg e Scorsese - conseguiram restaurá-lo em todo o esplendor de suas cores. O susto que essa ação corrosiva do tempo perpetrava nos celulóides chegou a influenciar vários diretores a experimentarem o preto & branco (David Lynch, Scorsese, Coppola, Woody Allen).  Spielberg calculou que se realizado hoje, Lawrence custaria mais de 200 milhões de dólares, tamanha a quantidade de figurantes, cenários, locações e tempo empregado na sua realização. Alguns críticos dizem que a excelência da narrativa torna Lawrence comparável às grandes obras literárias. O filme, que tem em seus papéis somente personagens masculinas e revelou Peter O´Toole (no melhor papel de sua ainda iniciante carreira) e Omar Sharif, tem a presença dos astros da época Alec Guinness, Anthony Quinn, José Ferrer, Claude Rains e Arthur Kennedy. Na última enquete promovida pela revista Sound & Sight realizada em 2002 para escolher os melhores filmes de todos os tempos, Lawrence da Arábia ficou em 4º lugar , na escolha dos diretores.

Gloria Menezes e Leonardo Villar
O PAGADOR DE PROMESSAS.  Baseado na famosa peça de teatro de Dias Gomes, este singelo filme brasileiro conquistou as platéias do mundo em 1962. Ganhou a Palma de Ouro no Festival de Cannes e foi a primeira indicação brasileira ao Oscar de Melhor Filme Estrangeiro. Por muitos e muitos anos, para o espectador médio americano e europeu Pagador era o filme brasileiro por excelência. O exotismo das locações, a história de fundo religioso e o jeito brasileiro de fazer cinema encantaram o mundo , numa época em que o Brasil estava na moda, muito devido à música bossa-nova. A história já foi muitas vezes levada aos palcos e virou minissérie da TV Globo, mas a produção caprichada, o momento histórico em que foi feito e o elenco fizeram do filme sua versão definitiva.

Outros clássicos que completam 50 anos:

VIVER A VIDA
SOB O DOMÍNIO DO MAL
O QUE TERÁ ACONTECIDO A BABY JANE ?
   



Drive



   Drive chegou às locadoras precedido por predicados. Foi um dos filmes mais baixados na internet nos últimos anos, foi considerado o melhor filme do ano pela revista Rolling Stones e também pelos internautas do Metacritic (site sobre cinema, música, TV e jogos), além de ter recebido um cobiçado prêmio de melhor diretor no Festival de Cannes em 2011, e frequentado várias listas de críticos de cinema como um dos melhores filmes de 2011. Mas tenho a opinião de que Drive logo, logo será visto como um dos filmes mais superestimados dos últimos anos. 
   O filme é tipicamente "moderno", no mau sentido. Se a partir da década de ´70 o sexo passou a ser visto com naturalidade nos filmes, e desde então, qualquer filme mais comercial que precise se vender em algum momento da trama terá a indispensável cena de sexo - mesmo que totalmente desnecessária ou deslocada, a partir dos anos 2000 a violência passou a ser um elemento de atrativo de público. Infindáveis continuações de filmes como Jogos Mortais comprovam isso. O público-médio que frequenta os cinemas atualmente se deleita e quer cenas de violência, cada vez mais realistas e chocantes - cenas de tortura física incluídas. Cineastas como Tarantino criaram fama pela estilização da violência presente em seus filmes. Ou seja, a violência tão presente nos dias de hoje, que se imaginaria pudesse ser repelida pelo público, que sempre encara o cinema como um saudável escapismo das agruras da vida, de tal forma se enraizou na vida moderna das sociedades contemporâneas, principalmente capitalistas, e mais ainda nas de Terceiro Mundo, que, ao contrário, é desejado e até exigido como elemento de "diversão". 

Ryan Gosling e Albert Brooks em cena de Drive
    É claro que sabemos que existe esse tipo de gente retratada no filme, frequentadores do chamado submundo dos negócios escusos, e apresentar a violência praticada por eles não seria gratuito no filme. No entanto, há um prazer sádico em mostrar cabeças explodindo por balas em câmera lenta, ou pessoas tendo o crânio esmagado a ponta-pés. Imaginar que isso fará a alegria das plateias - como parece calculado nos filmes de Tarantino, por exemplo - demonstra que a sociedade ocidental atual está realmente muito doente. Confesso que não sou grande fã de filmes românticos açucarados, e gosto muito de alguns filmes que podem ser considerados até bem violentos, mas a presença da violência pode ou não ser mostrada em raio-X. Dias desses revi Onde os Fracos Não tem Vez, e me chamou a atenção - algo que eu já havia esquecido - como a maioria dos assassinatos praticados pelo personagem de Javier Bardem não é na verdade mostrada, mas só presumida. Ai está a diferença. 
     Fora isso, Drive não possui construção de personagens, mesmo que Ryan Gosling componha bem um personagem pra lá de misterioso, com seu jeito caladão. Mas , por exemplo, Irene - interpretada por Carey Mulligan - é irritantemente apagada. Nem mesmo a interpretação elogiada e até premiada de Albert Brooks me impressionou. Drive tem um início promissor e original, mas se perde ao longo do tempo o interesse inicial. E acaba sendo mais um filme violento "estiloso", onde o que mais se destaca é sua excelente trilha sonora. 

     

Cinema Verde-Amarelo



Hoje, 19 de junho é marcado como o Dia do Cinema Brasileiro. Para muitos brasileiros, filme nacional ainda é sinônimo de sexo, palavrões e miséria, ou ainda, filmes pretensiosos pseudo-intelectuais, uma herança deixada pela produção das décadas de ´70 e ´80. Após o quase desaparecimento da produção nacional na década de ´90, aconteceu o que se chama a "retomada" do cinema brasileiro nos anos ´2000. Com o surgimento de co-produções com grandes estúdios estrangeiros e , ainda,  com a criação da Globo Filmes, o cinema nacional deu um salto em qualidade técnica, e - parece - conquistou definitivamente uma boa parcela de público. Só para se ter uma ideia, na década de ´90 apenas 2 filmes tiveram mais que 2 milhões de espectadores nos cinemas. De 2000 a 2009 , 29 produções superaram esse número, sendo que Se eu Fosse Você 2 e 2 Filhos de Francisco ultrapassaram os 5 milhões de espectadores. Tropa de Elite 2, lançado em outubro de 2010 teve mais de 11 milhões de espectadores, passando ao posto de filme nacional mais visto até hoje.  Abaixo uma seleção de filmes nacionais recentes que contrariam a noção do trinômio "sexo-palavrões-miséria", escolhidos para demonstrar a diversidade do cinema verde-amarelo.

ABRIL DESPEDAÇADO (2001)  O filme foi responsável por chamar a atenção de Hollywood sobre Rodrigo Santoro. Extremamente elogiado no exterior, onde ganhou diversos prêmios, foi muito pouco visto no Brasil. Na verdade, uma co-produção Brasil-França-Suiça, dirigido por Walter Salles. Baseado no livro homônimo do escritor albanês Ismail Kadare, teve a ação transportada para o sertão nordestino.





CHICO XAVIER (2010). Comandado pelo experiente diretor de novelas Daniel Filho, da Globo, o filme agradou mesmo aos não-simpatizantes do espiritismo, tendo sido visto por mais de 3 milhões de espectadores. 3 atores diferentes interpretam Chico Xavier, em fases diferentes de sua vida, com destaque para Nelson Xavier, com caracterização impecável.






O HOMEM QUE COPIAVA (2003). Com roteiro e direção do gaúcho Jorge Furtado, foi filmado quase inteiramente em Porto Alegre, mas com elenco principal do centro do país, o que explica certos sotaques forçados ou a ausência deles, único problema talvez apontado pelos conterrâneos neste filme leve e divertido que mistura suspense, ação, comédia e drama na medida certa.






MEU NOME NÃO É JOHNNY (2008). Baseado no livro de mesmo nome, de Guilherme Fiuza, conta a história verídica de um traficante de classe média da zona sul do Rio. Grande sucesso no cinema quando do seu lançamento.








O ANO EM QUE MEUS PAIS SAÍRAM DE FÉRIAS (2006). Dirigido por Cao Hamburger, por anos responsável pelo programa Castelo Rá-Tin-Bum, da TVE. Mostra o período da ditadura militar no Brasil do ponto de vista de uma criança. Também é interessante por retratar uma comunidade judaica de São Paulo, algo inédito no cinema nacional. Quase ficou entre os 5 finalistas ao Oscar na categoria de melhor filme estrangeiro (foi pré-selecionado entre os 9 mais votados).





OLGA (2004). Também contando com produção da Globo, incluindo a direção de Jayme Monjardim, responsável por várias mini-séries da emissora, surpreendeu nas bilheterias (mais de 3 milhões de espectadores), caindo no gosto do público. Camila Morgado teve o papel da sua vida como Olga Prestes. A produção caprichada, visitou  na Alemanha localidades frequentadas por Olga , incluindo um campo de concentração, que mais tarde foram recriados em estúdio no Brasil.





OLHOS AZUIS (2010). Protagonizado pelo ator de TV americano David Rasche  (Vôo United 93, Queime Antes de Ler, e o seriado da década de ´80 "Na Mira do Tira") , a história de sua personagem começa na seção de imigração do aeroporto JFK, em Nova York, e acaba levando-o ao Brasil.







O OUTRO LADO DA RUA (2004). Apesar de terem atuado juntos diversas vezes no teatro é o único encontro no cinema de Raul Cortez e Fernanda Montenegro. Misto de drama e thriller de suspense, foi a estréia na direção de Marcos Bernstein.







O PALHAÇO (2011). Um dos filmes brasileiros mais vistos em 2011. Produção impecável (trilha, fotografia), para contar uma história simples e singela. É o segundo longa-metragem dirigido pelo ator Selton Mello.








e
VIPS (2010). Embora pareça uma "versão brasileira" de Prenda-me se for Capaz, com Leonardo DiCaprio, a personagem retratada é real. Wagner Moura tem nesse filme talvez a sua melhor interpretação no cinema, dando veracidade e nuances à sua caracterização como "Carrara". 

Amor Alternativo

No mês dos Namorados, garimpei de memória 12 filmes alternativos (do chamado cinema independente) que ilustram as possibilidades e as dificuldades das relações amorosas, longe das fórmulas das comédias românticas americanas e dos melodramas açucarados. 

A INSUSTENTÁVEL LEVEZA DO SER (1987) 
Filme que revelou ao mundo o talento dos atores Juliette Binoche, Daniel-Day Lewis e Lena Olin. Baseado no conhecido livro do escritor Milan Kundera, que foi moda ler ou dizer que tinha lido na década de 80. Fotografia espetacular de Sven Nykvist (colaborador dos filmes de Ingmar Bergmann). Para aqueles que sempre dizem o eterno chavão "o livro é melhor que o filme " (como se fosse possível comparar expressões de arte tão diferentes), não tenho nenhum escrúpulo em dizer que não gostei do livro e adorei o filme. 




AMOR À FLOR DA PELE (2000)
Do aclamado diretor oriental Wong Kar-Wai, um excelente exemplo do moderno cinema "made in Hong-Kong". Deslumbrante fotografia de Christopher Doyle (que também colaborou com Wai nos elogiados "Herói" e "2046").  Alguns críticos apelidaram o filme de "O 'Brief
Encounter' " dos anos '2000 - no Brasil, "Desencanto", famoso filme da década de ´50 do diretor inglês David Lean, que também retrata o envolvimento entre um homem e uma mulher casados.

  


BRILHO ETERNO DE UMA MENTE SEM LEMBRANÇAS (2004)
O criativo roteiro ganhou o Oscar e Kate Winslet (de cabelos azuis) foi indicada como melhor atriz neste filme de título estranho (e que os distribuidores brasileiros traduziram quase ao pé-da-letra). Se você é daqueles que torcem o nariz para Jim Carrey esta é a oportunidade de mudar de ideia e conferir o seu inegável talento dramático. Brilho... é um filme bem anti-convencional na trama, fotografia e montagem, com sequencias visuais absurdamente inovadoras. 




DIREITO DE AMAR (2009)
O título brasileiro não foi muito feliz, ficando parecido com o de alguma novela mexicana. Tom Ford, aclamado estilista americano estréia como diretor com este filme, demonstrando bastante talento e sensibilidade para contar uma história em imagens. Colin Firth teve neste filme seu primeiro grande papel, e sua atuação é até melhor que a consagrada e premiada em "O Discurso do Rei".





DOMINGO MALDITO (1971)
Triângulos amorosos são bastante comuns em filmes, mas este foi o primeiro triângulo bissexual mostrado pelo cinema, o que foi bastante ousado para a época em que foi lançado. Diálogos excelentes e interpretações idem pela dupla central -em especial, Peter Firth - ambos indicados ao Oscar, garantem um drama clássico capaz de ainda agradar e parecer moderno 40 anos depois.





O IMPORTANTE É AMAR (1975)
Para quem nunca ouviu falar ou nunca viu um filme com Romy Schneider, esta é a oportunidade de vê-la em uma de suas melhores interpretações, iluminando a tela com sua beleza e presença . O filme era e ainda é forte, com cenas de nudez e over-dose de droga, mas paradoxalmente ele tem um grande teor poético apesar de seguir a linha "a vida como ela é". Há filmes que é difícil dizer porque a gente gostou (e ainda gosta, após rever). Este é um deles. Zulawski, o diretor do filme, polonês radicado na França, "arrancaria" de Isabelle Adjani, anos depois, outra grande interpretação, no mais conhecido "Possessão".


JULES E JIM (1962)
Um dos primeiros sucessos de Truffaut, fazendo parte do que seria conhecido anos mais tarde como a "nouvelle vague", uma maneira diferente de fazer filmes - para a época, é claro, ou seja, tudo é despojado e espontâneo, fora das convenções e regras do estúdios de cinema. Mesmo com 50 anos de idade, o filme ainda continua encantador e inovador. Jeanne Moreau jovem e linda como nunca. Recebeu uma espécie de refilmagem-homenagem com "Willie e Phill" (1980), pelo diretor americano Paul Mazursky, além de ter sido citado, copiado e influenciado diversos outros filmes e diretores.



NÃO AMARÁS (1988)
O filme faz parte do chamado "Decálogo" do diretor polonês Kieslowski, que parafraseou os Dez Mandamentos, em dez filmes feitos para a TV. Alguns deles foram lançados no cinema, refilmados ou como originalmente produzidos. Este e "Não Matarás" são os mais conhecidos e famosos. Se você é "rato de locadora" ou assinante de algum canal tipo "Telecine Cult" terá a chance de encontrar e ver este filme. A música de Zbigniew Preisner (mais conhecido pelas trilhas que compôs para a "Trilogia das Cores" - "A Liberdade é Azul" e outros,  do mesmo diretor) é  inesquecível.



APENAS UMA VEZ (2006)
Veio da Irlanda essa agradável surpresa: um filme com muita música sem ser um musical, um filme sobre um homem e uma mulher mas que não é exatamente romântico. O filme ganhou o Oscar de melhor canção, o que lhe rendeu um pouco de celebridade, mas foi muito pouco visto no Brasil, embora tenha sido considerado com justiça um dos melhores filmes do ano em que foi lançado.




PAIXÃO SELVAGEM (1975)
A canção-título (do original francês, "Je t´aime moi non plus"), com seus famosos sussurros e gemidos pra lá de sensuais e insinuantes ficou mais famosa que o filme. Ambas, canção e filme, causaram escândalo quando foram lançadas. Como o título francês é quase intraduzível (pelo menos, para vender o filme), o título brasileiro até que ilustra bem a trama. Serge Gainsbourg é um ícone da música francesa que se aventurou no cinema, dirigindo neste filme sua esposa à época, Jane Birkin, que também interpretou em dueto com ele a canção.




O RAIO VERDE (1986)
Vencedor do Leão de Ouro do Festival de Veneza é o filme mais popular do diretor Eric Rohmer, que adaptou para os dias atuais a pouco conhecida história criada por Júlio Verne.  A simplicidade da trama, aliada à espontaneidade da direção e naturalidade das interpretações causam um encantamento e emoção raras vezes conseguido para a aparentemente batida história da moça à procura de um grande amor.




SUGARBABY (1985)
O diretor alemão Percy Adlon ficou famoso e popular quando dirigiu nos Estados Unidos "Bagdá Café". Este filme é anterior, mas também contava com a presença de sua musa, a charmosa gordinha Marianne Sagebrecht, que vive nesta comédia romântica a obsessão de uma mulher por um homem que conhece e vê todos os dias no metrô.